A relação política entre o partido PODEMOS e o candidato presidencial Venâncio Mondlane tem enfrentado tensões crescentes, destacando a falta de transparência no acordo firmado para as eleições de 9 de outubro de 2024. O pacto, que foi mantido em sigilo durante a campanha eleitoral, tornou-se alvo de críticas devido à revelação tardia de cláusulas que tratam da partilha de poder e recursos financeiros.
Durante as discussões públicas sobre a tomada de posse dos deputados do partido, o acordo coligatário foi frequentemente mencionado, mas os detalhes permaneciam ocultos. A recente exposição das cláusulas gerou descontentamento entre os apoiantes e observadores políticos, que questionam os princípios de transparência defendidos pelo partido.
Um investigador do Centro de Integridade Pública (CIP) criticou duramente a postura do PODEMOS e de Venâncio Mondlane, sublinhando a incoerência entre a retórica política e as práticas internas. "Esses opositores exigem transparência na gestão pública, mas, a nível interno, mostram-se distantes desse valor fundamental", afirmou o especialista.
A falta de clareza no acordo político também colocou em xeque a credibilidade do partido junto aos eleitores, levantando dúvidas sobre suas práticas e intenções no cenário político moçambicano.
Enquanto isso, apoiantes do PODEMOS e de Venâncio Mondlane aguardam respostas concretas sobre as circunstâncias que envolveram o acordo e exigem maior clareza nas futuras decisões políticas da coligação. O caso reacendeu o debate sobre a necessidade de valores éticos mais sólidos na política nacional, especialmente entre aqueles que se apresentam como alternativas ao governo atual.